quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pra relembrar posts antigos

Eu sou uma pessoa
que vive para amar.
Que ama para ser viva,
para ser vida
e despertar vida,
mas eu não escolho a minha vida,
eu apenas vivo.
E vivo, eu vou trilhando
e vou amando.
Mesmo não sendo amado
ou apenas não compreendendo
o nexo que existe
entre
amar a vida
e ser amado por ela.

Sábado, 12 de janeiro de 2008.

sábado, 14 de agosto de 2010

Encontro de duas mãos

A primeira coisa que ela fez quando nos encontramos foi segurar a minha mão.
Pode parecer normal visto que estávamos em uma roda de amigos mas eu sabia o que aquilo representava.
E eu que estava com olhos à deriva abduzido pelo desencanto de mais uma noite vazia me encontrei.

"Encontro de duas mãos
que procuram estrelas,
nas entranhas da noite!"

Foi ai que me dei conta que preciso viver mais ao invés de pensar na vida.


E na noite eu vivi.







Ouvindo:
I was searching
You were on a mission
Then our hearts combined
like A
neutron star collision..

sábado, 7 de agosto de 2010

Leonardo Boff sobre o debate dos presidenciáveis.

O debate foi sereno, até demais. Houve poucos confrontos em termos de um olhar diferente sobre o Brasil e o mundo. A Marina que se caracteriza por esta diferença não pode ter espaço ficando refém das perguntas colocadas.

Eu sou contra marqueteiros e demasiada preparação prévia dos candidatos. Eles tem que ir lá com a acumulação que fizeram durante toda a vida e falar com o coração. Quando vão municiados pelos assessores e marqueteiros que sempre possuem uma visão maliciosa da política, acabam engessados e nervosos Têm que falar como combinado. Ao contrário, eles tem que usar a razão cordial, emocional e espiritual. É essa que fala para o profundo das pessoas. Estas são tocadas não por dados mas por emoções, por instigações que levantam a esperança e fazem sonhar com um Brasil diferente e melhor.

Larguem a Marina para ser ela mesma, aquilo que ela sempre foi e não aquela que vai sendo construida pelos técnicos da enganação, pois os marqueteiros são isso mesmo. Quem ganha é o povo e a democracia.

Indo aos candidatos. Marina, e isso é seu estilo, procurou sempre o caminho do meio, aquele viável, que congrega mais pessoas ao redor de um ideario que engloba o maior número de gente possível e que pensa mais no todo (Brasil) do que na parte (partido). O povo ocupa o foco e não os grupos dominantes e os epulões do dinheiro. Não esqueçamos que são cerca de vinte mil famílias que controlam mais de 45% da riqueza nacional e que emprestam seu dinheiro para o governo fechar as suas contas, e emprestm a juros altíssimos.Por ano levam mais de cem bilhões de juros.

No outro extremo estava o Plínio de Arruda Sampaio, homem admirável e cheio de méritos Mas a esta altura da vida com cerca de 80 anos eu esperaria mais sabedoria e menos radicalismo juvenil. Todos queremos tirar a desigualdade. Mas a questão é como fazê-lo. É melhor ir logo dizendo: o caminho tradicional é mediante uma revolução em que se derrubam dominações que sustentam as desigualdade. Mas o tempo das revoluções clássicas passou. Agora tem que ser por outra via, vinda de baixo, dos movimentos sociais que se articulam e apresentam alterntivas de poder, não só politico, mas também econômico. A democracia geralmente morre na porta da fábria. La dentro reina a ditadura dos patrões. Se alguem quiser ser de um radicalismo extremo como nossos companheiros do PSOL então digam isso abertamente, pois a demcoracia o perrmite.

O Serra foi o mais consistente em termos de conteúdos e de propostas. Ve-se que é um homem experimentado politicamente. E passou seriedade e firmeza. Não gosto da filosofia oculta do PSDB mas ele foi o convincente. Para minha supresa passou leve emoção quando falou de seu pai, italiano pobre que se lascava para fazer os filhos estudar. Mas precisamos prestar atenção, pois o PSDB não trocou ainda de cartilha, a neoliberal que quase levou o mundo ao abismo.

A Dilma fazia pena. Lutava com a linguagem. Nunca respondeu de forma convincente às questões concretas suscitadas por Serra. Fugia para o abstranto, embaralhando-se nos conceitos e nas palavras. Ela tem que aprender mais. Mas bem feito. O Homem lá de cima a quis, sem passar pela larga discussão do paratido, como era sempre de praxe no PT. Ela afirmou basicamente mais do mesmo, mas nada de surpreendente e inovador.Mas já é muito se garantir sustentabilidade às políticas sociais e conseguir fazer reformas que Lula não fez como a política, a agrária e a tributária. Isso seria o maior legado que o PT e os seguidores de Lula deixariam para a história republicana.

Uma nota de desamparo, pois revela que tipo de cidadania possuimos. O debate teve inicialmente 6 pontos de audiência, depois caiu para 3. Enquanto isso, a Globo transmitia futebol com 60 pontos de audiência. Por ai vemos onde está o coração das grandes maiorias. O "deus" que move multidões não é efetivamente a política. Por isso é dificil alcançarmos níveis maduros de democracia.

Leonardo Boff, Petrópolis
(sem partido)