quinta-feira, 31 de março de 2011

Dia de domingo

Já é noite neste domingo.
Hoje foi um dia chuvoso em um final de semana nublado na cidade ensolarada.
Aqui quando chove as pessoas andam mais rápido e as caras ficam mais fechadas.
Aqueles que não podem dividir os lençóis que usam para se cobrir se derretem com sorvete - como este que vos fala - ou com qualquer desses passatempos solitários.
Com as redes sociais os solitários nunca ficam sozinhos. Interagem com palavras mortas e fotos insípidas.
E todos são felizes no dia nublado.

Eu não sou feliz no dia nublado.

Fico chateado ao ver o céu chorando, bem como não entendo por que as nuvens insistem em esconder a luz que a lua tão charmosa quer compartilhar.
Estou com saudade da lua. Para ser mais exato estou com saudade de admirar a lua. Fora das grades do meu quarto ou das perspectivas de uma janela.
Deitar na areia da praia ou no gramado sem preocupação. Olhar para o céu e não pensar.

Bons tempos.

Hoje em dia o tempo corre rápido. As coisas vão acontecendo escorrendo pelos dedos. Projetos, planos, desejos, responsabilidades, compromissos, obrigações, ambições; vidas seguindo.
Não temos tempo para o silêncio.
O nosso silêncio agora se faz no olhar frio para informações digitais com sorrisos petrificados, frases feitas e auto-descrições.

Talvez tudo que eu precise seja ir devagar na manhã de domingo para não querer mais ir embora.


Sunday morning rain is falling......

domingo, 20 de março de 2011

!

nicotine valium vicodin marijuana ecstasy and alcohol

loucura? ilusao

abstrato

imprecisao

sem metrica sem logica sem acento
sem momento sem pensar so escrito
direto do espirito
alma
calma
palavras e mais palavras mas palavras repetidas
ou ledo engano? ou som profano
o nada


!


um ponto de exclamacao escrito na cabeca
saindo pela boca presa em meus dedos
fiel retrato do abstrato
meu delirium
meu espaço









cccccccocaaaaine

terça-feira, 1 de março de 2011

Olhos, passatempo....

Olhos amarelos me seduzem.
Olhos azuis me confundem.
Se sei que são verdes me apaixono.
No mais puro azul, é abandono.

Olhos negros me metem medo.
Medo do desconhecido.
Não leio olhos negros
Eles sempre me devoram.

Para olhos vermelhos não ligo.
Deveria ligar mas não consigo.
Talvez porque vermelhos meus olhos não ficam.

Já os castanhos, que beleza!
Na alegria e na tristeza!
Esses são os meus, com certeza.



Dizem que eu reparo muito nas pessoas. Olhos e olhares sempre me atraíram.
Gosto de olhar, sem compromisso. Investigar, sabotar, ver o olhar se transformar em sorriso.
Não é flertar, mas é bem parecido.
Gostaria de saber pintar. Assim poderia registrar o que meus olhos veem nos olhares perdidos.