Não, não era jogo do América-RJ.
Mesmo que as primeiras palavras que eu ouvira foram "Ohhh.. o diabo voltou" e também o fato de que estavam todos de vermelho.
Se tratavam dos bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, junto aos PMs - esses de azul e em menor número - ocupando novamente as escadarias da ALERJ.

Talvez por eu estudar na Rua da Assembléia, esse fato me alcance mais do que outros que não sejam diretamente envolvidos na causa. Posso falar que depois de alguns anos, conheço a maioria dos movimentos que vem protestar e suas reivindicações, assim como outros colegas de classe, no entanto, a diferença é o fato de que na maioria das vezes participo do protesto nem que seja por pouco tempo ou ao meu modo.
Ontem, passada a euforia causada pela ideia de encontrar a torcida do diabo reunida, fui ouvir o que os protestantes tinham a dizer e me surpreendi de duas formas além da surpresa natural que vem acompanhada de indignação pela situação absurda imposta pelo governador e corroborada pelo legislativo.
A primeira surpresa veio ao ouvir a voz do governador emanando promessas vazias do tempo em que ele era candidato ("o candidato que disser que a folha do servidor público é alta está mentindo"). Como é maravilhosa a tecnologia e como são fortes as coisas que são ditas! A palavra supera o tempo e isso é muito bonito.
Já a outra surpresa veio de dentro, do imaterial, do sentimento.
Mas não de qualquer um.
Senti meu coração pulsar mais forte junto daquele aperto que parece vir de todos os lados do peito e que faz o estômago logo se revirar, as tais das "borboletas" que ultimamente têm me visitado bastante, inclusive.
Era amor!
Mesmo!
Estava eu prestes a sair das escadarias quando o homem no carro de som convidou toda a corporação a cantar seu hino, o hino dos bombeiros.
Sempre fui apaixonado pelos hinos da minha pátria, desde os da Marinha até o da Independência, logo, abri um sorriso e atentei para a posição de sentido adotada por todos.
Enquanto a canção era entoada meu braço se arrepiava e eu sentia a civilidade, sensação essa já descrita aqui.
O amor pelo ideal, o respeito pelos seus pares, sua corporação me encheu os olhos d'água, sem hipocrisias.
A atitude dos bombeiros deve ser exaltada por todos aqueles que acreditam na dignidade humana, coletiva e estatal.
Mirem-se no exemplo daqueles homens na Alerj!
Engraçado,sempre fui ridicularizada por sentir este mesmo sentimento de pátria,de terra,essa identidade que por mais que eu não quisesse está inscrita em casa partícula do meu dna.Eu me arrepio,me incomodo com as promessas que se eternizam,eu normalmente até choro,me emociono mesmo.Coisas de mulher? Acho que não hein.Deve ter sido de fato comovente presenciar tal cena.Eu ainda quero participar de uma greve,protesto...algo que me faça gritar em praça pública até não sair mais voz alguma.E não é apenas o ato em si,é a possibilidade de reinvindicar,de ser gente e crer que aquilo de alguma forma faz sentido e diferença.Além do que,quero que meus filhos tenham o doce exemplo da questionação.Filhos acomodados,estes não terei.Assim espero.ótimo texto.^^
ResponderExcluirOlá pessoa não mais desconhecida...xD
ResponderExcluirObrigada por se sentir honrado e obrigada por comentar.
Ah,e por seguir.
Bom,agora me sinto no dever mais que devido de postar a fonte da minha inspiração.
Seja bem vindo aos devaneios da minha mente...rs
Compre pipoca,acomode-se na melhor fileira e desligue o celular.As histórias são loongas..rs
Brincadeiras a parte,bom saber que compartilho idéias tão subjetivas.Não estar sozinha neste mundo me consola |o|
Até um próximo post.